terça-feira, 10 de junho de 2008

A PISCINA DE SANGUE

Transformastes o céu em cinza
O branco em pálido
A lua em cárcere
E enchestes a piscina de sangue.
Agora nade!

segunda-feira, 9 de junho de 2008

SÓ PRA CONSTAR

...e quando a lua dorme e o sol queima e as pessoas se entregam a mesmice do cotidiano, eu vivo, vivo intensamente o hoje, do passado só o bom e o futuro só "Deus" sabe...mas eu sei que posso definir o meu destino, ele só será louco ou convencional se eu quizer, porque o meu espírito é do espaço, e o meu corpo de quem merecer, para o mundo dou minha poesia, minha dialética insana e para a vassalagem meu asco, meu desprezo, por que a maldade é tão doce e sedutora quanto a bondade, cabe a cada pessoa que passa por mim cavar o seu latifúndio de emoção... dar-se ao sentimento, viver cada célula, cada segundo antes que o relógio biológico corte o último pulso a pulsar de ansiedade, e que vivam em paz os naturalistas e os coprofílicos, e que a música embale os amantes e os assexuados, e as flores floreçam na solidão dos cemitérios e na alegria das guirlandas matrimoniais... cabe a mim lutar por uma noite etérea, por uma chuva de néctar ou por alguns momentos com você, por quê, porque eu sei das minhas limitações e das minhas buscas, e você? Venha e verá... um bom motivo? A mística do saber, a cumplicidade do vir a ser e o doce sabor da aventura... não corra, não fuja, o tempo, ah! o tempo, tenho comigo como amigo pelo aprendizado e como inimigo pelas rugas, então venha antes que me desconheça, e quando o fizer, saiba que antes e agora não há um bom motivo para delirar, mas com certeza quando você chegar a alucinação será infinda, pois não viverei por ti, mas serás um grande lago onde mergulharei quando entorpecida precisar acordar e que sairei quando extasiada precisar ir embora, não gosto de amores eternos, mas de paixão viceral, de carinho ávido e saudade do cheiro da palma da mão, vamos, deguste comigo deste cálice, troque comigo as figurinhas do seu álbum e me fale qual seu tipo de sangue, divida comigo o espaço que a física teima em dizer que dois corpos não podem ocupar, traga de presente pra mim os seus medos, em troca dou-lhe a minha fé, o meu dogma e a certeza de que jamais serás o mesmo quando eu me for... porque o amor é como a música e a poesia, é um coágulo que se forma no sangue, mas ele continua a correr pelas artérias, deixando-o para traz, mas sabendo que ele existe, transpasse as barreiras do preconceito e venha... somos vampiros urbanos, precisamos sugar emoções, façamos isso juntos, e aí saberás realmente o sentido da vida...

sábado, 7 de junho de 2008

DIA NEGRO

Acordou naquela manhã e o sol monótono levou seus oito minutos e meio diários para atingir a terra, mas desta vez ele queimou mais que os outros dias, se fosse um dia de chuva com certeza seus pingos furariam seu corpo, deixando-o esvair-se em sangue, o ar pesava em seus pulmões que se comprimiam esmagando o coração, e este batia batia devagar e seu compasso lento aumentava a dor de cada batida, seria melhor parar, mas se o fizesse demoraria um milhão de anos para chegar ao cérebro e até ele parar de pulsar a vida inteira passaria por seus olhos amarelos e o sofrimento a levaria a loucura e ela morreria entre espasmos e convulsões, e definharia até o último piscar de olhos, mas ela sobreviveu e percorre caminhos espinhosos para cumprir a sina deste amor que a despertou naquela manhã...

PUNK BEIJO

Na imensidão cômica das formas
No derrame cerebral da noite
Eu tive o bom do caos
A busca do insano.

Na presença de todos os seres inexistentes
Eu ganhei um mar sem órbita
Eu tive uma alma imortal
Um carinho agônico
e um beijo punk.

Precisa mais?

sexta-feira, 6 de junho de 2008

SUTURA

Este corte profundo
Suturado por você
Não cicatriza
Há uma infecção latente
O pus vai se acumulando
E o sangue se coagula negro
É uma dor enorme que lateja
E vou retendo as lágrimas
Como se elas ferissem mais que o corte
Talvez seja um começo de gangrena
Tétano, sei lá
Só sei que dói
Dói muito
E você da mesma maneira que feriu
Não tenta curar-me.

INCERTEZA

Talves o medo traga de volta o sofrimento
A dor de vê-lo partir,
A dor de vê-lo passar,
A dor de vê-lo voltar...

Talvez a ânsia de renovar a saudade,
Que nunca vai ermbora
Seja o começo de voltar a morrer,
De voltar a chorar torrentes,
Para molhar seu caminho,
Para regar as plantas do seu canteiro
Que nem ao menos plantaste.

Talvez eu morra
E volte a ressucitar nas pedras de sua estrada,
Sirva de adubo para fertilizar sua prole,
Controlar a lâmina que corta o seu destino,
Que destina meus passos a sua cura,
A sua ira,
Ao seu prazer,
A minha angustia,
A minha sina
E a minha queda.

Talvez a dúvida se torne real,
A realidade infinita,
E o infinito perpétuo a sua ilusão.

Talvez não haja nada,
Talvez nem seja um sonho,
Talvez eu nem exista,
Talvez você nem seja um fantasma,
Talvez nunca vivemos,
Talvez nunca haja um talvez...

quinta-feira, 5 de junho de 2008

CRIME

...quero me entregar na escuridão da noite
e caminhar por todos os seus cemitérios particulares,
compreender teus céticos e belos gestos sem razão de ser,
estar
e conhecer tudo que há nas trevas de seus olhos,
nas amenas tatuagens que povoam teu corpo,
e invejo-as da cumplicidade existente e inerente,
quero definhar nas linhas mágicas de seus sons, tons e dons,
vindos de suas entranhas,
quero me achar nas brumas esquálidas e fálicas da morte
se não cometeres o crime de me beijar...

terça-feira, 3 de junho de 2008

SANGRAR, VERBO HEMORRÁGICO

Sangrei quando nasci
Sangrei e sobrevivi...

Sangrei nos tombos da vida
Sangrei feridas...

Sangro desde os 12 mensalmente
Sangro ininterruptamente...

Sangrei pontos na cabeça
Sangrei sem pressa...

Cortei os pulsos
Sangrei impulsos...

Sangrei pra viver
Só não sei se ainda terei sangue quando morrer...

domingo, 1 de junho de 2008

BONSAI

Ganhei um Carolina Herrera
Reli O Capital
Me inscrevi no vestibular
Vou pra Atalaia ver o mar
Pintei a casa
Lavei o sofá
Ouvi Monica Besser
Parei de beber
Revi amigos
Amargo os inimigos
To bebendo shake pra emagrecer
Voltei a escrever
Fiz um haikai
Comprei um bonsai
E sinto falta de você...

Bonnie e Clyde

Bonnie e Clyde

PC240021

PC240021