VIAGEM

Vem viajar comigo.
Pra onde?
Pra onde seus caminhos mandarem.
Que tal a noite mais próxima?
Com todos os seus mistérios e mágicas?
Não importa as farpas do caminho.
Meu cajado segura a sua barra.
E meus delírios matam a fome do seu desejo.
O desejo de estar onde ninguém esteve.
E a chuva será tão bela quanto a saliva da sua boca...
...quando se perde em um sorriso.
Que roubarei todas as vezes que for dado.
Vem viajar comigo.
Na sua melhor droga de vida preferida...
...e deixe que a minha loucura guie a sua viagem...

Com fusão

Foi como chegar atrasada no 1º dia de trabalho
Sabe quando falta gasolina em uma estrada deserta?
Cair no meio da rua?
Eaquecer a fala no meio da cena?
Caminhar em brasas?
Derrubar o pão do lado da manteiga?

Você foi o renascer num dia de tempestade.
Trouxe anjos pra me devorarem.

Você metralhou o resto de pulso que havia.
E mandou uma corôa de flôres de côres errôneas.

Você foi o caos.
O armagedon.
O ragnarock.
O apocalipse.
O fim.

Você levou a vida.
Mas foi a mais doce de minhas mortes...

TANGO

...às vezes você pode me magoar
com um simples gesto
outras me fazer feliz só com uma palavra,
e assim sigo nesta jornada meio que capengando,
queimando em 40° no seu deserto particular,
não sei quando, mas talvez tenha saído fora do tom
e me perdi em meio a essa melodia fúnebre
que voce fez pra música de fundo
nesta minha caminhada bizarra
que leva até os mistérios confusos
que é o estado em que se encontra você;
criatura ímpar
que só se completa em fuga de seus próprios pensamentos...
às vezes você pode me entristecer
por não me enxergar,
outras trazer felicidade
por oferecer migalhas,
mas algo me deixa completamente sem norte...
e não é nada que lhe pese,
nada que lhe magoe a alma...
é simplesmente aquele tango de Gardel...
que nunca dançaremos...

RUÍNA

Encontrei em ti a definição de mundo bombástico
que não imaginei entre as coisas desconexas que me fizeste crer
que não admitiria entre a dor
e o sangramento de meu ser,

que tu és uma estrada longa
que me leva a surpresas infindas
e que nunca
será o bastante pra lhe alcançar,

mas que é
o suficiente
para morrer em ti.